O Evangelho de São Lucas e o mistério
da Ressurreição estiveram no centro da mensagem do Regina Coeli, dirigida pelo
Papa Bento XVI aos fiéis presentes na Praça São Pedro, neste domingo, 22.
O Papa destacou a passagem bíblica de
Lucas 24,35-48, onde Cristo Ressuscitado se apresenta aos discípulos, e eles
incrédulos e tomados pelo medo, pensam estar vendo um fantasma.
Para explicar esse acontecimento, o
Santo Padre recorre ao filósofo italiano Romano Guardini que destaca as
características dessa mudança de Jesus: “O Senhor mudou. Não vive mais como
antes. A sua existência não é compreensível. No entanto, é corpórea, inclui
toda a sua vida, o destino percorrido, a sua paixão e morte. Tudo é realidade.
Modificada, no entanto, mas sempre tangível realidade”.
Bento XVI descreveu como Jesus
convenceu os Apóstolos de que não era um fantasma: "Visto que a
Ressurreição não apaga os sinais da crucificação, Jesus mostra aos Apóstolos as
mãos e os pés. E para convencê-los, pede até mesmo algo para comer. Assim os
discípulos ofereceram uma porção de peixe assado; que Ele aceitou e comeu
diante deles".
Devido a esses sinais muito reais, os
discípulos superaram a dúvida inicial e se abriram ao dom da fé, explicou o
Papa. Fé que os permite entender as coisas escritas sobre Cristo “na lei de
Moisés, nos Profetas e nos Salmos”.
A passagem de São Lucas destaca ainda
que Jesus abriu a "inteligência dos discípulos" para que eles
compreendessem melhor o que havia acontecido e que estava além de suas razões
humanas.
Superando qualquer dúvida da presença
de Jesus Cristo entre nós, Bento XVI esclareceu como e quando Ele se faz
presente:
"O Salvador nos assegura de sua
presença real entre nós, por meio da Palavra e da Eucaristia. Por isso, como os
discípulos de Emaús reconheceram Jesus ao dividir o pão, assim também nós
encontramos o Senhor na Celebração Eucarística", afirmou.
Ao citar São Tomás de Aquino, o Papa
disse que “é necessário reconhecer, de acordo com a fé católica, que o Cristo
por inteiro está presente neste Sacramento… porque nunca a divindade deixou o
corpo que assumiu".
Por fim, lembrou de um momento muito
importante na vida dos jovens e convidou os envolvidos a se dedicarem a esse
Sacramento. "Caros amigos, no tempo pascoal a Igreja, frequentemente,
administra a Primeira Comunhão às crianças. Exorto, portanto, os párocos, os
pais e os catequistas a preparar bem esta festa da fé, com grande fervor mas
também com sobriedade. Este dia permanece na memória como o primeiro momento em
que se percebe a importância do encontro pessoal com Jesus”.
Bento XVI pediu ainda a intercessão
da Virgem Maria, para que ela "nos ajude a escutar com atenção a Palavra
do Senhor e a participar dignamente do Sacrifício Eucarístico", para assim
nos transformarmos "em testemunhas da nova humanidade".
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